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Um ano de Threads

Imagem: Meta / Reprodução

A primeira alternativa viável ao ex-Twitter completou seu primeiro aniversário em julho

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Os rumores de que a Meta estaria criando um competidor para o X surgiram no primeiro semestre do ano passado, ficando mais fortes após os primeiros vazamentos publicados pelo The Verge. Um mês depois, veio a notícia: o Threads seria lançado no dia 5 de julho, e alguns “influenciadores selecionados” receberiam acesso antecipado.

Aproveitando toda a infraestrutura do Instagram e também reciclando o nome de outro app da Meta lançado em 2019, o Threads teve um hype inicial absurdo, conquistando mais de dois milhões de usuários nas primeiras duas horas e mais de 30 milhões até a manhã seguinte. Com apenas um toque, você já mantinha o mesmo nome de usuário do Instagram e criava a sua conta no Threads. Isso tudo sem estar disponível nos países da União Europeia, o que só aconteceu em dezembro.

A Meta divulgou recentemente que o Threads passou a marca de 200 milhões de usuários, e eu fui um dos que entrou e permaneceu por lá desde o primeiro dia. Na época, eu e alguns amigos já estávamos procurando uma alternativa ao X, que vinha sendo infestado por bots e conteúdo duvidoso que é melhor nem detalhar aqui. Alguns jornalistas e pessoas influentes, principalmente de outros países, e usuários que não concordavam com as decisões discutíveis do dono da rede, migraram para o Mastodon. Confesso que tentei usar o Mastodon, mas não me adaptei à falta de alguns recursos e me sentia longe de alguns perfis que gostava de acompanhar — como sites de notícias, algumas celebridades e marcas. Nenhum estava no Mastodon.

O Threads parecia o melhor dos dois mundos: uma rede grande, sem a influência de Elon Musk e com a presença de quem faltava no Mastodon. Não sofre com falta de recursos por ter uma big tech por trás e sua ligação com o Instagram atraiu influenciadores, empresas e criadores de conteúdo. Mas essa integração, que é uma grande vantagem do Threads, também foi o seu maior ponto fraco: usuários do ex-Twitter, em sua maioria, preferem o anonimato que a Meta não proporciona. Não querem ser encontrados pela família na internet e terem que explicar por que falaram alguma bobagem ou meme no X.

Bloqueio do X no Brasil e a fuga para as alternativas

A essa altura, você já sabe que o X está suspenso por tempo indeterminado no Brasil por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Os refugiados do ex-Twitter se dividiram entre o Bluesky e o Threads, e assim como todo assunto na antiga rede, transformaram isso em uma briga de times. O Bluesky é tecnicamente inferior ao Threads e tem pouquíssimos usuários fora daqui, o que talvez isole os brasileiros do restante do mundo, como acontecia na época do saudoso Orkut, mas conquistou o coração dos tuiteiros que procuravam por um clone da rede do dono da Tesla. Quem já estava saturado de ter que lidar com mais uma rede social, voltou para o Threads. A grande dúvida, agora, é se ambas as redes conseguirão reter os novos usuários caso o X volte. Não acredito muito nisso, mas sinceramente espero que sim.